quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

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Pensava eu que não havia mais ninguém no mundo que sentisse o mesmo que eu. Enganei-me. E o facto de encontrar este texto só me fez perceber que estava errada num aspecto: pensava que se o meu namorado sentisse o mesmo que eu, as coisas seriam perfeitas entre nós. Enganei-me de novo. Isso é o que acontece na relação dela e não resulta. Percebo agora que aquilo que segura a minha relação é precisamente aquilo que talvez faça falta à dela: a serenidade, maturidade e racionalidade do meu namorado.
Desculpa amor por ser assim. Ensina-me.

in: Maluca Responsável

"Não sabemos amar de outra forma

pesadelo. esta distância a que estás de mim. que fazemos com ela? seguramo-la nas mãos, com força, como se assim ela se fosse diminuindo e custasse menos? dói-me não ter-te aqui. mas sei-te aí e sei-te meu. sei-te meu. sei o teu amor por mim, embora por vezes me esqueça que me ames. como me esqueço. esqueço as lutas que já travámos. os planos que já sonhámos. as vontades. os desejos. os gritos. os obstáculos. amo-te. amo-te mais do que deveria amar. mas amo-te. amo-te nesta imperfeição que é o meu amor. não sei amar. quero-te para mim. cada lugar teu. cada resquício de ti. e queria-te comigo. amo-te neste amor egoísta que te tenho. tão só. e amo-te. nas palavras que te digo. nos sorrisos que te dou. na tristeza que às vezes transporto comigo. pesadelo. um pesadelo com uma data ainda tão longínqua para acordar. um pesadelo não estares aqui, amor. e eu amar-te assim. não sei amar-te de outro modo. só sei amar-te vorazmente, intensamente, tu todo, cada bocadinho de ti. só sei amar-te erradamente. mas não sei amar de outro modo. amo-te nos quatrocentos dias que já partilhámos. nas mais de quatrocentas chamadas que já tivemos. nas mensagens que trocámos. nas cócegas que te faço porque sei que tens. no sorriso que me deste quando fui apanhar batatas com a tua família. não fui a menina da cidade que dizes que sou. não sou. sou uma mistura dos dois. da cidade que te é desconhecida. e da montanha. selvagem. indomável. imprevisível. e amas-me também nas imperfeições que tenho, eu sei. eu sei. então porque é que me esqueço disso, amor? diz-me. porque é que me esqueço que me amas? porque é que me esqueço daquilo que me fez amar-te e me dói tanto, me dói tanto. estou paranóica. paranóica. louca. nunca quis ter ninguém que morasse tão longe. não para me apaixonar. não para te amar assim. não. e tu sabias. sempre soubeste. e namoramos há quatrocentos dias, mais coisa menos coisa. quatrocentos dias da minha vida que são também teus. estou saturada. e este pesadelo que é estar sem ti. sem ti. sem ti. sem nós. sem mim em ti. sem o meu cheiro. sem o teu cheiro. cheirar a minha roupa e cheirar-te a ti. a ti. deitar-me ao teu lado e saber que quando acordar, quando acordar, estás ali, ao meu lado. até quando, amor? até quando vai este pesadelo atormentar-me, noite após noite? não são os muros. os mil muros de distância. não é a corda que se desfia. não é o castelo que se desmorona. somos nós. somos nós que talvez sejamos demasiado novos e intempestivos e indomáveis e apressados, numa fúria de viver, que queremos mais do que aquilo que nos podemos dar, partilhar, mas amamo-nos, sim, mas não com a maturidade que nos faça viver um dia de cada vez. queremos tudo. queremo-nos. agora. já. e depois dizemos coisas que não sentimos. e magoamo-nos. mas eu não sei amar-te de outra forma. só desta forma errada, furiosa, egoísta. e tu amas-me da tua forma egoísta, possessiva e bruta. e não me sabes amar de outra forma. não aprendeste. não aprendi. aprenderemos juntos?"

3 comentários:

bruno e.a. disse...

às vezes encontramo-nos nas palavras dos outros...
às vezes o sentimento é o mesmo, e que bom quando assim é!

Anónimo disse...

Deixa estar qu'isso depois com a idade passa.

eudesaltosaltos disse...

Ola.... n passei cá antes pq estava de ferias... ainda bem q as mnhs palavras fizeram sentido para ti. claro q n m importo q as tnhs publicado. agradeço q me tenhas avisado e identificado a fonte. bj gd