AVISO: Para quem esteja interessada em viver esta experiência, é só dirigir-se a um qualquer instituto de investigação científica da área de física nuclear.
Imaginem um lugar com 90% de homens...
Imaginem que as únicas mulheres existentes (salvo raríssimas excepções) se vestem de forma descuidada e pouco feminina (o que inclui t-shirts largas, aquele tipo de sapatilhas que geralmente só se usam para praticar desporto, e total desconhecimento do conceito de maquilhagem, saltos altos ou brincos)...
Imaginem agora que uma rapariga entra nesse lugar de saia, sandálias de salto alto, top de lycra, brincos e maquilhagem...
Não, não conseguem imaginar, só vendo mesmo! No ano passado quando entrei aqui pela primeira vez era só olhares do tipo: está ali uma mulher, uma fêmea da nossa espécie, uau! Desde deixarem cair as coisas no chão quando passo, ou ficarem fixamente a olhar sem a mínima discrição, ou passarem de propósito junto a mim só para me verem melhor. O “ponto alto” foi quando tive de passar em frente de um grupo de 25-30 americanos que estavam a posar para uma foto de grupo (penso que era por ser o ultimo dia do projecto) e em vez de olharem para aquele que estava a tirar a foto, ficaram por momentos todos, mas mesmo todos, a olhar para mim com cara de parvos.
Enfim, é neste momento que os homens revelam os seus instintos mais primários. Este ano já aprendi a lição, é só calças, umas camisolas de manga curta e tops só se forem bem tapadinhos e sem decotes exagerados. É que isto ao princípio pode ter piada mas depois torna-se um pouco constrangedor. E pensar que no ano passado até fiquei chateada com o meu namorado, porque ele no primeiro dia de manhã disse-me “ah e tal, essa mini saia até é gira mas não te aconselho a leva-la para o instituto, é melhor vestires outra saia”….pois, ele podia ter sido mais explicito, do tipo “aquilo lá é um bando de desesperados que não estão habituados a ver mulheres e se te vêm com essa coisinha vestida têm um ataque”.